Se
você acha que ser um maestro é apenas ficar balançando uma batuta em frente a
uma orquestra numa apresentação e ganhar fama e prestígio está muito enganado.
Mesmo o maestro sendo a figura de destaque das orquestras sinfônicas,
pouquíssimas pessoas sabem a sua verdadeira função que além de ser trabalhosa
envolve assuntos que não tem nada a ver com a música. Nesse post irei desmistificar
algumas idéias sobre os maestros e mostrar o verdadeiro papel desses
profissionais da música.
Se os músicos conhecem a
música e têm a partitura então, para que é preciso um condutor?
De fato, a partitura contém todas as indicações
necessárias para se tocar as notas da música. Entretanto, não devemos confundir
a música com as notas que a compõem.
Quando comparamos uma mesma música executada por
dois cantores ou instrumentistas diferentes podemos diferenciar a interpretação
que cada um empresta à obra. A interpretação é uma espécie de marca pessoal que
torna a execução única e caracteriza o artista naquele momento. Nesse caso,
seria correto dizer que o maestro "toca a orquestra", isto é, ele
unifica o conjunto dos intérpretes em uma única expressão, aquela que ele
entende como a mais adequada ao contexto.
A maior parte do trabalho de um
maestro (também chamado de regente) não se concentra nas apresentações em si,
mas nos bastidores. Cabe a ele treinar as orquestras e escolher o repertório de
cada apresentação, recriando as obras dos compositores. Tarefa trabalhosa que
envolve não só um aguçado conhecimento em harmonia e percepção musical para
deixar a orquestra afinada e sincronizada, mas um domínio das técnicas de
composição e instrumentação, além de uma boa liderança, técnicas
psicopedagógicas e estímulo motivacional, para que cada integrante da orquestra
dê o melhor de si.
Então se uma orquestra está bem treinada, para que um maestro nas apresentações? Bem, a liderança de um regente em uma apresentação é crucial porque, de fato, ele vai decidir o andamento da música. Pois mesmo que nas partituras os tempos e pausas estejam bem definidos, um tempo de um músico pode ser menos de um tempo para outro músico. Há sempre alguém mais lento ou mais apressado, e sem o maestro para decidir o que é um tempo o concerto acabaria em um grande caos musical.
Esse é o papel do maestro numa apresentação. Ele decide o andamento e dinâmica da música usando gestos padrão (e alguns próprios) para mostrar a orquestra esses fatores, como se a usasse como um grande instrumento musical e assim mantendo a harmonia .
Silhuetas de Gustav Mahler, por Otto
Böhler
Passada
a fase que envolve a música, o maestro entra em outra função. Essa sem nenhum
"glamour" e puramente burocrática.
O
regente tem responsabilidade máxima sobre os músicos e faz tarefas como. Pagar,
contratar (e demitir) músicos, comprar instrumentos novos, arranjar patrocínio,
se necessário, resolver os problemas e arranjar coisas como transporte,
alojamento e lugares para apresentações nas turnês, entre outras tarefas, que
podem ser bem extressantes.
Nem todo o maestro só
desempenha essas funções, alguns também são compositores. Hoje em dia há poucos
deles. Entre os compositores-maestros famosos estão Beethoven, Bach, Gustav
Mahler e o brasileiro Heitor Villa-Lobos.
Mas afinal quanto um maestro ganha para
fazer tudo isso?
O salário de um maestro
varia de orquestra para orquestra, mas um bom maestro, principalmente de uma
grande orquestra da Europa pode chegar a ganhar milhões de dólares por ano. Um
exemplo é o maestro da Orquestra Sinfônica de São Paulo que chegou a ganhar
cerca de 1,16 milhões de reais por ano. Um bom salário...
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