domingo, 15 de janeiro de 2012

Mas afinal, o que o maestro faz?



         Se você acha que ser um maestro é apenas ficar balançando uma batuta em frente a uma orquestra numa apresentação e ganhar fama e prestígio está muito enganado. Mesmo o maestro sendo a figura de destaque das orquestras sinfônicas, pouquíssimas pessoas sabem a sua verdadeira função que além de ser trabalhosa envolve assuntos que não tem nada a ver com a música. Nesse post irei desmistificar algumas idéias sobre os maestros e mostrar o verdadeiro papel desses profissionais da música.
    
     Se os músicos conhecem a música e têm a partitura então, para que é preciso um condutor?
De fato, a partitura contém todas as indicações necessárias para se tocar as notas da música. Entretanto, não devemos confundir a música com as notas que a compõem.
Quando comparamos uma mesma música executada por dois cantores ou instrumentistas diferentes podemos diferenciar a interpretação que cada um empresta à obra. A interpretação é uma espécie de marca pessoal que torna a execução única e caracteriza o artista naquele momento. Nesse caso, seria correto dizer que o maestro "toca a orquestra", isto é, ele unifica o conjunto dos intérpretes em uma única expressão, aquela que ele entende como a mais adequada ao contexto.

        A maior parte do trabalho de um maestro (também chamado de regente) não se concentra nas apresentações em si, mas nos bastidores. Cabe a ele treinar as orquestras e escolher o repertório de cada apresentação, recriando as obras dos compositores. Tarefa trabalhosa que envolve não só um aguçado conhecimento em harmonia e percepção musical para deixar a orquestra afinada e sincronizada, mas um domínio das técnicas de composição e instrumentação, além de uma boa liderança, técnicas psicopedagógicas e estímulo motivacional, para que cada integrante da orquestra dê o melhor de si.
      
     Então se uma orquestra está bem treinada, para que um maestro nas apresentações? Bem, a liderança de um regente em uma apresentação é crucial porque, de fato, ele vai decidir o andamento da música. Pois mesmo que nas partituras os tempos e pausas estejam bem definidos, um tempo de um músico pode ser menos de um tempo para outro músico. Há sempre alguém mais lento ou mais apressado, e sem o maestro para decidir o que é um tempo o concerto acabaria em um grande caos musical.

      Esse é o papel do maestro numa apresentação. Ele decide o andamento e dinâmica da música usando gestos padrão (e alguns próprios) para mostrar a orquestra esses fatores, como se a usasse como um grande instrumento musical e assim mantendo a harmonia .
Silhuetas de Gustav Mahler, por Otto Böhler
     Passada a fase que envolve a música, o maestro entra em outra função. Essa sem nenhum "glamour" e puramente burocrática.
     O regente tem responsabilidade máxima sobre os músicos e faz tarefas como. Pagar, contratar (e demitir) músicos, comprar instrumentos novos, arranjar patrocínio, se necessário, resolver os problemas e arranjar coisas como transporte, alojamento e lugares para apresentações nas turnês, entre outras tarefas, que podem ser bem extressantes.
    
    Nem todo o maestro só desempenha essas funções, alguns também são compositores. Hoje em dia há poucos deles. Entre os compositores-maestros famosos estão Beethoven, Bach, Gustav Mahler e o brasileiro Heitor Villa-Lobos.
Mas afinal quanto um maestro ganha para fazer tudo isso?
    
   O salário de um maestro varia de orquestra para orquestra, mas um bom maestro, principalmente de uma grande orquestra da Europa pode chegar a ganhar milhões de dólares por ano. Um exemplo é o maestro da Orquestra Sinfônica de São Paulo que chegou a ganhar cerca de 1,16 milhões de reais por ano. Um bom salário...

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